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Mostrando postagens de janeiro, 2020

Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han

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Privar-se de ler certos livros sob o argumento da falta de preparo é uma falha que impede o acesso a porções de conhecimento da maior importância. Acontece muito com poesia, ciências e filosofia. A leitura não é feita porque é preciso antes entender de métrica e escansão, dominar a linguagem especializada da ciência, ou ler todos os gregos e modernos para só depois ler o livro do filósofo contemporâneo que acaba de ser lançado. É certo que tradição e especialização não podem ser desprezadas, e que de um especialista é legitimamente esperado o domínio amplo do seu campo de conhecimentos; não é menos certo, porém, que a impossibilidade prática de em tudo especializar-se não impede o indivíduo de acessar campos do saber distantes de sua área de atuação, e que sua leitura leiga, conquanto menos profunda que a de um técnico, proporcionará a ele conhecimentos valiosos, capazes de alterar positivamente a rota de seus pensamentos e ações. Nesse contexto, é sempre um evento feliz qua

Resumo de Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han

Foi através da escuta de audiolivro que travei contato com Sociedade do Cansaço, de Byung-Chul Han. Por ouvir os audiolivros em movimento, não tenho condições de anotar minhas impressões a respeito. Assim sendo, e por ter gostado sobremaneira desse opúsculo filosófico, resolvi sentar-me e escutá-lo detidamente, anotando enquanto escutava um resumo telegráfico. O propósito principal dessa empreitada era obter subsídios a fim de escrever um texto mais consistente a respeito do livro para este blog; percebi, no entanto, que as anotações que o resumem poderiam servir a outras pessoas - principalmente àquelas que já o leram e pretendem apenas recordar seus lances principais -, e por isso as disponibilizo neste blog. Desde já peço desculpas por eventuais erros na grafia dos nomes próprios, todos decorrentes do fato de não dispôr do livro físico. Violência neuronal Cada época: enfermidades fundamentais. Época bacteriológica; fim - descoberta dos antibióticos. Não vivemos numa época v

Um Coração Ardente, de Lygia Fagundes Telles

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Tenho três livros de Lygia Fagundes Telles na estante: A Estrutura da Bolha de Sabão, As Meninas, e um terceiro, de cujo título nunca me recordo. Comprei-os numa dessas promoções de internet, um pouco pela oportunidade do preço, um pouco pela pretensão de ter uma biblioteca de literatura brasileira bem completa, um pouco ainda por saber que Lygia é uma escritora importante; nada mais. Não costumo me esquecer dos livros que tenho; portanto, essa circunstância de sempre esquecer-me do terceiro título de Lygia serviu para singularizá-los todos no meu imaginário. Para singularizá-los, repito, não para os recordar. Os anos se passaram até que, sem saber por qual motivo, finalmente li A Estrutura da Bolha de Sabão. Lembro-me de que fiquei bem impressionado com a autora, a ponto de não me esquecer do título de um dos contos, Confissão de Leontina, em que a paulista e intelectual Lygia se metamorfoseia numa mulher brasileira pobre e iletrada através de uma voz incrivelmente verossímil. A

Resumo de Um Coração Ardente, de Lygia Fagundes Telles

Foi através da escuta de audiolivro que travei contato com Um Coração Ardente, de Lygia Fagundes Telles. Por ouvir os audiolivros em movimento, não tenho condições de anotar minhas impressões a respeito. Assim sendo, e por ter gostado sobremaneira dessa coletânea de contos, resolvi sentar-me e escutá-la detidamente, anotando enquanto escutava um resumo telegráfico. O propósito principal dessa empreitada era obter subsídios a fim de escrever um texto mais consistente a respeito do livro para este blog; percebi, no entanto, que as anotações que resumem os contos poderiam servir a outras pessoas - principalmente àquelas que já leram o livro e pretendem apenas recordar seus lances principais -, e por isso as disponibilizo neste blog. Desde já peço desculpas por eventuais erros na grafia dos nomes próprios, todos decorrentes do fato de não dispôr do livro físico. Um coração ardente: À beira da janela. Velho. Juventude. Vários gêneros literários. Um coração ardente. Pol

Plataforma, de Michel Houellebecq

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O traço mais característico a ser ressaltado na leitura de Michel Houellebecq é a permanente sensação de que se lê uma obra-prima destinada ao cânone, alta literatura da primeira à última palavra. Essa afirmação, ouvida sem maiores esclarecimentos, naturalmente conduz à conclusão de que se trata de um escritor de tom grandiloquente, hábil no manejo dos recursos de boa impressão que a tradição lhe legou; entretanto, essa é uma conclusão inteiramente equivocada: a grandeza do texto de Houellebecq está justamente na sutileza e transparência de sua qualidade - em outras palavras, lê-se as coisas mais banais e até asquerosas percebendo-se as qualidades e intenções mais elevadas que se escondem por detrás. Plataforma é um livro do começo dos anos 2000, anterior a Submissão, livro que levou o autor francês ao conhecimento de um público mais vasto do que o que já conquistara. Nele, acompanhamos pouco mais de um ano da vida de Michel Renault, funcionário público francês de nível medi