Édipo Rei, de Sófocles comentado por Bernard Knox em Édipo em Tebas

Édipo Rei, de Sófocles (Zahar)
Édipo Rei, de Sófocles, é uma peça que parte do mito grego e avança pela cultura ocidental marcada por dois grandes leitores: Aristóteles, que em sua Poética indica a obra como exemplar dentro do contexto mais geral de considerações estéticas que formula; e Freud, que no século XX desenvolve um conceito fundamental para a então nascente Psicanálise justamente baseado na personagem homônima. A força desses três centros de irradiação - mito, Filosofia, Psicanálise - involuntariamente acaba tornando mais difícil o trabalho do intérprete que pretende percorrer outros caminhos de leitura; nesse sentido, a obra de Bernard Knox - Édipo em Tebas - surge como um marco importante. O que o estudioso faz é investigar a linguagem empregada por Sófocles em comparação com os usos que se fazia do grego de então em outros domínios da vida, tais como o Direito, a Medicina, a Matemática e a Filosofia, tudo de modo a demonstrar que o dramaturgo não se limitou a trabalhar o material mítico artisticamente, antes se valendo da peça como veículo de diálogo com os seus contemporâneos, cujo objeto são as profundas transformações por que passavam as cidades gregas, sobretudo Atenas, naquele que é também conhecido como o século de Péricles - o século V. Assim, Édipo passa a ser visto como a personificação do caráter enérgico e crescentemente antropocêntrico do homem grego, identificado inclusive com a potência emergente que era Atenas, em suas glórias e defeitos, além de um indivíduo posicionado historicamente bem na encruzilhada em que a cosmologia tradicional cedia espaço a uma visão de mundo mais secularizada. O resultado é a mudança da chave interpretativa de uma obra cuja temática seria principalmente a inescapabilidade dos oráculos ditados pelos deuses para outra, em que o homem toma a posição central, muito embora Sófocles não leve esse movimento às últimas consequências e ainda conserve certa reverência à tradição.

O enredo de Édipo Rei é conhecido. Depois de sair de sua terra natal, Corinto, Édipo enfrentou e venceu a Esfinge que assolava Tebas; por isso foi acolhido com generosidade pela cidade, casando-se com Jocasta, esposa do falecido rei Laio, e tornando-se ele próprio rei do lugar. O casal teve filhos e o protagonista desenvolvia um governo exitoso, até que uma peste ataca a cidade e ameaça minar-lhe a vida e a fertilidade, desde a semente que não cresce no campo até a mulher cuja gravidez termina em aborto. A ação cênica começa em frente ao palácio, com sacerdotes e suplicantes implorando aos deuses e a Édipo que façam alguma coisa para pôr fim àquela situação. Édipo, sempre previdente, acalma os seus concidadãos dizendo que já começara a agir, enviando o cunhado Creonte a Delfos a fim de consultar o oráculo. Não sem antes alguma demora, na sequência Creonte chega e revela que, segundo Apolo, a cidade só se livraria da peste quando encontrasse e punisse o assassino do rei Laio. Édipo se surpreende, porque pensava que o crime há tantos anos cometido havia sido à época punido; descobre que não foi isso o que aconteceu e começa a investigar as circunstâncias que o envolveram; promete matar ou exilar o culpado. Dada a premência da crise, Édipo manda chamar o adivinho Tirésias para que revele o assassino que se oculta e conspurca a cidade; Tirésias, que é cego, entra em cena e começa a debater com o rei, pois este lhe força a revelação, ao passo que o profeta resiste em fazê-la; por fim, Tirésias cede e acusa Édipo do assassinato. A acusação não é de pronto aceita, porque diverge de vários pontos da história que os envolvidos conheciam, tornando-a impossível. Um debate paralelo sobre a validade da profecia perpassa os diálogos desse ponto em diante. Édipo desconfia de todos, inclusive de Creonte, de quem suspeita um complô para tomar-lhe o poder, tal qual o que teria sido armado antes contra o rei Laio, mas sem sucesso. Jocasta, entretanto, toma a cena e passa a desacreditar a profecia como um todo, citando como exemplo aquela segundo a qual Laio seria morto por seu filho, cuja falsidade foi desde cedo confirmada, pois, logo que tiveram um filho, condenaram-no à morte: Laio acabou sendo morto numa encruzilhada por um grupo que passava. Édipo, que caminhava progressivamente de uma dúvida a outra, se surpreende com esse detalhe da morte de Laio - a encruzilhada -, uma vez que também ele no passado, antes de confrontar a Esfinge, matara um homem numa encruzilhada. Segue-se uma investigação conduzida pelo protagonista em que se entretecem a profecia destinada a Laio, as circunstâncias da morte deste, o assassinato cometido por Édipo e a profecia confiada ao mesmo Édipo, segundo a qual mataria o pai e se casaria com a mãe, motivo de ter abandonado Corinto no passado. Nesse meio tempo, um mensageiro chega de sua antiga cidade e revela que o pai de Édipo, Pôlibo, falecera há pouco tempo, o que a princípio o alivia quanto à consumação do oráculo, apesar de permanecer o temor do casamento com a mãe Mérope, que sobrevivera ao marido. O mensageiro, que é colocado a par das apreensões de Édipo, para tentar aliviá-lo, revela-lhe que era filho adotivo da realeza de Corinto: ele o recebera criança das mãos de um pastor no monte Citéron. A perplexidade escala e o pastor, que ainda estava vivo, é chamado para depor (ele não só teria recebido a criança filha de Laio no passado, incumbido de matá-la, como também saberia dizer se Laio foi morto por um único homem ou um grupo, dúvida que constituía uma das últimas esperanças de Édipo para se ver desvinculado das profecias que o rondavam). O pastor, que sabia de tudo, a princípio resiste a confessar a verdade, mas termina por admitir que descumprira as ordens reais e salvara a criança, entregando-a a um estrangeiro. A essa altura, Jocasta já havia percebido tudo e corrido desatinada rumo ao palácio para se matar. Édipo é obrigado a se render à verdade funesta de que - não obstante todas as tentativas humanas em sentido contrário - as profecias dos deuses foram cumpridas e ele acabou matando o seu pai e casando-se com sua mãe, com o que se torna um ser humano infecto. À semelhança de Jocasta, cai do ápice do sucesso humano representado por seu governo para a desdita de um pária; no entanto, em vez de tirar a vida, cega-se com os broches de ouro da mãe. Ao final da peça, Édipo se vê sob a contingência de cumprir o decreto que antes pronunciara: morrer ou ser exilado na qualidade de assassino de Laio. Creonte assume o poder, faz o que pode em favor de Édipo, reduzido a uma condição hedionda, e este parte rumo ao exílio, distante dos filhos, lugar onde o leitor o encontrará na peça seguinte do ciclo - Édipo em Colono.

No estudo Édipo em Tebas, Bernard Knox, que se refere à peça como Oedipus Tyrannus (título que seria mais fiel ao original grego), parte de duas premissas principais: Édipo seria caracterizado com as qualidades, realizações e falhas trágicas da Atenas do século V, sendo esta, por sua vez, tomada como metonímia da humanidade - sua arrogância intelectual teria conduzido à tentação de esquecer sua inferioridade em relação aos deuses; de outra parte, a linguagem empregada por Sófocles sugereria um paralelo entre o discurso e a ação de Édipo e o conjunto das ciências e técnicas que determinavam o êxito humano. Partindo das imagens do "herói", de "Atenas", do "homem" e do "deus" o especialista desenvolve o seu argumento. 
Édipo em Tebas, de Bernard Knox (Perspectiva)

Édipo é algo como um selfmade man da Grécia antiga, cuja ação enérgica move a trama, sempre precedida da reflexão e, portanto, baseada numa inteligência arguta. É aquele que enfrentou a Esfinge - feito que o profeta Tirésias não ousou praticar, ainda que amparado por um deus - e o que alcançou o poder em Tebas em virtude dos seus méritos, não por força de sua ascendência - daí, inclusive, a denominação "tirano". É aquele que se antecipa aos pedidos: quando os suplicantes clamam por uma atitude diante da peste, Édipo comunica que já enviou Creonte ao oráculo; quando as dúvidas sobre o assassino de Laio se avolumam e sugerem consultar Tirésias, Édipo só tem a dizer que já tomou essa providência. Édipo é um governante transparente: quando Creonte surge pela primeira vez, vale-se de expressões genéricas para se referir ao que o oráculo lhe revelara, como que indicando a Édipo que, em privado, poderia falar mais claramente; este, porém, insiste que ele fale ali mesmo, diante do povo. Ama e é amado pelo povo, sendo sua autoconfiança solidamente baseada no sucesso que a aplicação de sua inteligência tivera no passado.

Assim como Édipo ascendeu ao poder por força dos méritos individuais, Atenas emergia no século V como polis tyrannos, cuja engenhosidade na guerra naval, no cerco ao inimigo e na manufatura, entre outras habilidades, permitiam-na ter energia e adaptabilidades suficientes para distingui-la entre as outras cidades e torná-la uma ameaça hegemônica. Os contemporâneos diziam que os atenienses daquela época "nasceram para nunca viver em paz e para impedir que o restante da humanidade faça o mesmo"; semelhantemente, a ação obstinada de Édipo, se por um lado buscava salvaguardar o bem comum mediante a descoberta do homem que era a fonte da peste, por outro constituía uma busca pessoal pela identidade, que tirava a um só tempo sua paz de espírito e a tranquilidade da comunidade quanto ao comando de Tebas.

Tal como Atenas estava associada ao Direito e ao litígio que se desenvolvia em tribunais - nesse sentido vale lembrar que nas Eumênides, de Ésquilo, é em Atenas que a deusa instala essa estrutura depois tornada tão típica -, Édipo se arvora em supremo inquisidor e sai em busca de pistas do que aconteceu com Laio - isto para depois se descobrir como o próprio objeto da investigação. Creonte, Tirésias, o mensageiro e o pastor são implacavelmente interrogados pelo soberano; as versões são confrontadas, nelas se incluindo aquela antes conhecida por Édipo, a de Jocasta e a dos diferentes oráculos profetizados no passado. A verdade não se reputa alcançada até que a última dúvida seja sanada e a ela Édipo confia sua derradeira esperança: a de que os assassinos de Laio, segundo Jocasta e a versão do pastor, sejam mesmo muitos, e não apenas um só e, por conseguinte, ele. Creonte, quando se defende da acusação de complô, desenvolve sua argumentação com base numa rede sofisticada feita de senso comum, inferências e probabilidades. Por fim, o decreto real não deixa de ser executado após a obtenção da sentença de conhecimento: Édipo parte em exílio na qualidade de assassino de Laio.

Na medida em que Édipo representa a Atenas do século V e Édipo cai, é como se Sófocles admoestasse seus concidadãos acerca do fim previsível da cidade emergente; retorna-se aqui ao clássico motivo grego da hybris, a desmedida da tentativa de emulação dos deuses que conduz à ruína; Knox bem resume essa dinâmica:

Atenas e Édipo aceleram até chegar às consequências lógicas de sua energia e iniciativa. Ambos chegam ao desastre apesar do exercício valoroso das mesmas qualidades que os tornaram grandes; sua ruína é resultado de uma insistência obstinada e heróica em ser genuínos. "Qual o homem", canta o coro, depois que Édipo conhece a verdade, "qual o homem que obtém mais prosperidade do que aquela que, tão logo aparece, declina?" (p. 91)

Uma vez que Atenas é tomada como metonímia da humanidade, Édipo pode ser visto como epítome da marcha humana rumo ao progresso, cada vez mais distante de uma atitude passiva de aceitação dos desígnios divinos. As associações são várias: Édipo é o caçador que toma de assalto a sua presa; o timoneiro de um navio que, se ausente, deixa a cidade que comanda à deriva; o lavrador que semeia para colher; o médico que busca curar a doença; o matemático que mede o mundo para melhor controlá-lo. Contudo, a desdita está em que a presa do caçador é o próprio rei; o navio que é primeiro colocado à deriva, a identidade de Édipo; o campo em que Édipo semeou, aquele em que ele mesmo nasceu; o doente que cura e no qual opera uma cirurgia extrema, o médico responsável; o objeto medido e assim conhecido, aquele que empunha a régua. A reversibilidade entre sujeito e objeto é indício da imagem mais ampla que Sófocles pretende fornecer com a peça.

Sempre de acordo com Knox, se como paradigma Édipo se alça de indivíduo a cidade e de cidade a humanidade, é natural que também se atreva a ser semelhante aos deuses. A cena inicial é bastante eloquente nesse sentido, pois o sacerdote e os suplicantes se dirigem concomitantemente aos deuses e a Édipo à procura de uma solução para a peste. O otimismo divinificante do início da peça é logo substituído pelo infortúnio que resulta da hybris; nesse intervalo, porém, continua preponderante a afronta aos deuses. Para evitar a calamidade que decorre das origens verdadeiras de Édipo, este e Jocasta precisam colocar em dúvida a validade dos oráculos; a princípio, relativizam a profecia no sentido de não serem confiáveis os profetas humanos; não tarda, porém, para que Jocasta desacredite o próprio Apolo, fonte divina da profecia. Antes da ação cênica, vale lembrar, Édipo e Jocasta já haviam procurado se subtrair à inevitabilidade do desígnio divino: ela, entregando o filho que tivera com Laio à morte; ele, fugindo de Corinto. Quando a descoberta hedionda se prova inevitável, o desespero de ambos ataca o cerne da ordem divina: seriam filhos da sorte, o homem estaria em todos os seus atos inteiramente subjugado a ela, o sem sentido do mundo seria total. A sorte, antes pensada como expressão da providência divina, passa a ser vista como sinônimo do acaso.

Ordenados os fatos dramáticos desse modo, percebe-se uma reversão da visão humanista inicial para uma ordem divina de desígnios inexoráveis. Todavia, segundo Knox, a intenção de Sófocles não deve ser vista em termos tão simplificados, fazendo-se necessário para uma melhor compreensão retornar à questão mais básica do destino. Nas palavras do estudioso clássico:

Se Oedipus Tyrannus é uma "tragédia de destino", a vontade do herói não é livre, e a eficiência dramática da peça é limitada por este fato. O problema é insolúvel mas, felizmente, inexiste já de início. Pois na peça escrita por Sófocles, a vontade do herói é inteiramente livre e ele é totalmente responsável pela catástrofe. Sófocles ordenou com cuidado o material do mito de modo a excluir da ação da tragédia o fator externo na vida de Édipo. Tal ação não é a concretização da profecia, mas a descoberta de que ela já se realizou. A catástrofe de Édipo é descobrir sua própria identidade; ele é o primeiro e o último responsável por esta revelação. Os acontecimentos principais da peça, na realidade, nem fazem parte da profecia: Apolo não vaticinou a revelação da verdade, o suicídio de Jocasta ou a cegueira auto-infligida de Édipo. O "destino" não desempenha nenhuma função nas ações de Édipo na peça. (p. 03/04)

Nas narrativas gregas, sejam elas míticas, épicas ou dramáticas, a primeira impressão deixada em muitas ocasiões é a de que os seres humanos que sofrem e são levados à ruína agem como joguetes dos deuses, desprovidos de livre arbítrio. O que Knox aponta com extrema argúcia é que, na peça de Sófocles, o que move de fato o enredo e comove o leitor não é o que foi profetizado pelos diversos oráculos - ou seja, a morte de Laio pelo filho, o casamento incestuoso, a progênie hedionda -, mas sim a descoberta desses fatos por iniciativa de Édipo. Dito de outro modo, se Édipo nunca tivesse partido em busca da verdade, a descoberta atroz não teria ocorrido, pois a descoberta em si não fora profetizada. Pode-se argumentar que o processo de busca é desencadeado pela peste, que por sua vez leva a consultar o oráculo que, por fim, dita que o assassino de Laio deve ser encontrado; no entanto, Knox salienta que nada no texto indica que a peste foi enviada pelo deus, muito pelo contrário; e se Édipo decidiu consultar Delfos, fez isso por livre iniciativa.

Vistos os fatos assim, a visão de um Sófocles que simplesmente propugna a exaltação da ordem divina em detrimento da humana resta relativizada. Verdadeiramente, existem desígnios divinos inescapáveis, mas a iniciativa humana, ainda que resulte num fim trágico, parece louvável e simpática em função do seu destemor. Faz sentido entender o final da peça por essa perspectiva: o que se vê nas últimas cenas é um Édipo em franco declínio, um homem que tudo via e parecia controlar o mundo agora cego e dependente da ajuda dos outros; no entanto, tão logo atinge o ponto mais baixo, Édipo começa a se levantar com a mesma desenvoltura que exibia antes e é preciso inclusive que Creonte o relembre de que ele não é mais o governante, tão enérgico se mostra na hora de definir o seu exílio. Prenuncia-se que em Édipo uma transmutação seria operada: o máximo da hediondez é também o ponto em que algo como o sagrado começa a emergir; essa linha de desenvolvimento será retomada em Édipo em Colono. Nesse contexto, Knox conclui que Sófocles reagia criticamente à crescente secularização do século V, procurando relembrar os homens dos efeitos nefastos da hybris; porém, não se contentava com a simples reprodução da antiga visão de mundo, sendo igualmente capaz de enxergar uma especificidade heróica e valorosa na vida humana, a qual sequer os deuses poderiam experimentar; estas as suas palavras antológicas:

A nota de encerramento da tragédia é uma insistência renovada na natureza heróica de Édipo; a peça termina como começou, com a grandeza do herói. Mas é um tipo de grandeza diferente. Ela agora se fundamenta no conhecimento e não na ignorância, e este novo conhecimento é, como o de Sócrates, o reconhecimento da ignorância do ser humano.

[...]

A tragédia de Sófocles nos apresenta uma terrível afirmação da posição subordinada do ser humano no universo, e ao mesmo tempo, uma visão heróica da vitória do homem na derrota. O homem não é igual aos deuses, mas em sua grandeza, como Édipo, é capaz de algo que os deuses, por definição, não podem vivenciar; a visão trágica e orgulhosa de Sófocles vê na fragilidade e na derrota inevitável da grandeza do homem a possibilidade de um heroísmo puramente humano, que os deuses jamais poderão alcançar, pois a condição de sua existência é a vitória eterna. (p. 172/173)

Logo, é possível conjeturar com Sófocles que o impulso humano rumo ao controle da realidade à sua volta é legítimo, posto que fadado ao fracasso. Os deuses são capazes de perceber o quadro inteiro segundo as várias redes de causa e efeito que o compõem; é inevitável, portanto, que o homem, do alto da posição que ocupa, parta de premissas incompletas e alcance resultados falsos. Há um valor nessa coragem destemida que parece saltar no escuro. Além de valor, há sabedoria no fato de essa coragem se saber fundada numa ignorância intrínseca. O conhecimento do desconhecimento evita que o homem seja tentado a hybris que clama pela punição divina; ao mesmo tempo, se não lhe detém o gesto heróico, permite ao homem que experimente uma ousadia que nenhum deus poderá conhecer: e nisso ostenta uma característica que é única e superior.

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** essas são as edições nas quais me baseei para escrever este texto e são citadas.

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