Metrópole à Beira-Mar - o Rio moderno dos anos 20, de Ruy Castro

De fato, não vale a pena fiar-se na primeira impressão. Há alguns anos, a editora Penguin-Companhia lançou uma excelente edição de Frankenstein, de Mary Shelley; como costuma acontecer com as melhores produções da Penguin, Frankenstein contava não só com uma excelente tradução, mas também com um farto aparato crítico. À época, fiquei muito impressionado com a profundidade e riqueza da narrativa criada por Shelley quando ainda era bem jovem; os textos de apoio só ajudaram a enfatizar minhas impressões, estendendo as implicações filosóficas e existenciais da trajetória de Frankenstein; tudo ia em ótimo passo até que me deparei com um texto escrito por Ruy Castro a respeito da obra: seu tom pedestre, de revista de fofoca, com o qual elencava anedotas a propósito de Shelley e sua obra, contrastava fortemente com a elevação da leitura e dos demais textos críticos; fiquei decepcionado, considerando aquela performance do escritor brasileiro uma verdadeira mancha na que, não fosse isso,...